Betmais na Copa: 1934
Passamos pelas Copas do Mundo de 1998, 1966, 1978, 1930 e 1958, respectivamente. Agora, na série “Betmais na Copa” é a vez do Mundial de 1934, que teve a pior participações do Brasil.

A Itália foi o país anfitrião, na época em que o fascismo predominava sob o comando de Benito Mussolini. Foi a primeira Copa do Mundo em que as seleções tinha que se classificar via eliminatórias.
O atual detentor do troféu, Uruguai, foi ausência, pois decidiu não jogar por conta de represália contra os europeus que não estiveram presentes em 1930. Assim, a edição de 1934 foi a única que não contou com o vigente campeão.
As eliminatórias contaram com 34 países, sendo que apenas 16 estariam no Mundial. Foi também a primeira e única vez que o país sede teve que brigar por classificação para estar presente na competição. Por conta das desistências de Chile e Peru, Argentina e Brasil não precisaram entrar em campo e se garantiram automaticamente na Copa.
Mussolini fez questão de realizar um grande evento esportivo para promover o fascismo. Tanto que jogadores com ascendência italiana foram chamados para atuar na seleção – Luís Monti, Raimundo Orsi, Enrique Guaita, todos argentinos, e o brasileiro Filó. A proposta era clara para os jogadores e comissão técnica: vencer a Copa do Mundo ou arcarem com as consequências.
Copa de 1934 – o segundo país sede a vencer
A edição não contou com fase de grupos como na edição de 1930 – apenas partidas eliminatórias. Os cabeças de chave foram: Argentina, Brasil, Alemanha, Itália, Holanda, Áustria, Tchecoslováquia e Hungria.
Das 16 seleções, três pintaram como favoritas no início do torneio: Itália, que contava com o lendário Giuseppe Meazza; Espanha, que tinha como base o time do Real Madrid, com Ricardo Zamora no gol, um dos melhores goleiros da história; e a Áustria, do gênio Matthias Sindelar, que por conta da sua agilidade, elasticidade e habilidade era apelidado de Homem de Papel.

Oitavas de final
Itália 7-1 Estados Unidos
Espanha 3-1 Brasil
Áustria 3-2 França
Hungria 4-2 Egito
Tchecoslováquia 2-1 Romênia
Suíça 3-2 Holanda
Alemanha 5-2 Bélgica
Suécia 3-2 Argentina
A Itália venceu com facilidade os Estados Unidos por 7-1, com gols de Schiavio (18′, 29′ e 64′), Orsi (20′ e 69′), Ferrari (63′) e Meazza (90′).

Quartas de final
Itália 1 (1) – 1 (0) Espanha
Áustria 2-1 Hungria
Tchecoslováquia 3-2 Suíça
Alemanha 2-1 Suécia
A Copa de 1934 foi a única em que os oito melhores times eram europeus. E fase contou pela primeira vez com um jogo refeito, que aconteceu entre Itália e Espanha. As equipes empataram em 1-1 (Ferrari, aos 44′ fez o tento dos italianos) mesmo após prorrogação de 30 minutos e uma partida de desempate precisou acontecer no dia seguinte. E nela, Meazza, aos 11′, fez o gol do confronto.
O duelo do 1-1 contou com fortes entradas, tanto que o italiano Mario Pizziolo teve a perna quebrada e nunca mais atuou pela seleção. E também contou com atuação memorável do goleiro Zamora, que mesmo limitado por conta de lesão continuou em campo e fez defesas providenciais.
Detalhe: a Espanha teve dois gols legítimos anulados pela arbitragem, que em todas as partidas era pressionada por Mussolini

Semifinais
Itália 1-0 Áustria
Tchecoslováquia 3-1 Alemanha
Duas das favoritas ficaram frente a frente nas semifinais. Tanto que a imprensa dizia que o vencedor do duelo seria o campeão da Copa do Mundo (e ela estava certa). A chuva no dia anterior beneficiou os italianos, pois os austríacos não conseguiram impor o seu toque de bola rápido e diferenciado. O gol de Guaita, aos 19′, colocou os anfitriões na final.

Final
Itália 2-1 Tchecoslováquia
A Tchecoslováquia, com time inferior, vencia a partida até os 76′ com um gol de Puc. O empate da Itália aconteceu somente aos 81′ em lance polêmico. Na jogada, Giovanni Ferrari dominou a bola com o braço e na sequência tocou para Orsi balançar as redes.
A decisão foi para a prorrogação, e logo aos 5′ Schiavio virou o jogo. A Itália, portanto, conquistava o mundo pela primeira vez sob os olhares de Benito Mussolini.

O Brasil
Os 17 convocados pelo técnico Luiz Vinhaes:
Germano (Botafogo), Pedrosa (Botafogo), Luiz Luz (CBD), Octacílio (Botafogo), Sylvio Hoffmann (CBD), Ariel (Botafogo), Canalli (Botafogo), Martim (Botafogo), Tinoco (CBD), Waldyr (Botafogo), Armandinho (CBD), Áttila (Botafogo), Carvalho Leite (Botafogo), Leônidas (CBD), Luisinho (CBD), Petesko (CBD) e Waldermar de Brito (CBD).
Os clubes brasileiros aderiram ao profissionalismo em 1933, mas a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) seguia apoiando o amadorismo. E como ela era a única afiliada à FIFA, teve autonomia para a convocação dos jogadores que iriam participar da Copa do Mundo de 1934.
O Botafogo era o melhor time amador e os atletas de outras equipes que eram profissionais foram inscritos como jogadores da CBD, a exemplo de Leônidas da Silva, que defendia o Vasco.
Para ir à Itália, a delegação demorou 12 dias. Um paradoxo com relação ao rendimento do Brasil em campo, que durou apenas uma partida. Diante da Espanha, derrota por 3-1. O único gol brasileiro foi marcado por Leônidas.

A partida ainda contou com o primeiro pênalti perdido pelo Brasil em Copas: Waldemar de Brito (tio-bisavô de quem vos escreve e descobridor de Pelé, em Bauru) parou em Ricardo Zamora.

A 14ª colocação – à frente apenas de Bélgica e Estados Unidos – foi a pior do Brasil em todas as Copas do Mundo.
Você sabia?
- Antes da final, diz a lenda, dirigentes da FIFA e o árbitro sueco Ivan Eklind tiveram um jantar com Mussolini. Antes do apito inicial da decisão, Eklind e os seus assistentes Louis Baert, da Bélgica, e Mihaly Ivancsics, da Hungria, fizeram a saudação nazista.
- Os jogadores italianos foram agraciados com medalhas de bronze com a efígie de Mussolini, entregues pelo próprio ditador.
Estatísticas
Times: 16
Jogos: 17
Número de gols: 70
Média de gols: 4,1
Melhor ataque: Itália (12 gols)
Melhor defesa: Romênia (2 gols)
Pior ataque: Brasil, Romênia e EUA (1 gol)
Pior defesa: Alemanha (8 gols)
Artilheiro: Oldrich Nejedly (Tchecoslováquia – 5 gols em 4 jogos)
Seleção da Copa do Mundo 1934 (segundo estudos da FIFA): Zamora (Espanha); Monzeglia (Itália), Quincoces (Espanha), Cilaurren (Espanha), Ferraris (Itália), Monti (Itália), Meazza (Itália), Guaita (Itália), Nejedly (Tchecoslováquia), Sindelar (Áustria) e Orsi (Itália).

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