Betmais na Copa: 1954
A Copa do Mundo de 1954 foi realizada na Suíça em homenagem aos 50 anos da FIFA – a primeira na Europa depois da Segunda Guerra Mundial.
O Betmais na Copa vai para a sua nona reportagem sobre os Mundiais. Já passamos por 1930, 1934, 1938, 1958, 1966, 1978, 1998 e 2002.
Foi a primeira Copa que teve cobertura da televisão. E também foi o início do uniforme amarelo e azul do Brasil. Após a traumática derrota na final da edição de 1950 para o Uruguai em que a seleção vestia camisa branca e calções azuis, as cores das vestimentas foram consideradas de azar e por isso houve a troca.

Copa de 1954: A Alemanha levou, mas a Hungria…
A Copa contou com 16 seleções, sendo 11 delas europeias, com mais três americanas e duas asiáticas. Com média de 5,4 gols por partida, a edição foi a mais goleadora de todas. No total, foram anotados 140 tentos em 126 jogos.
Uma das seleções era de grande destaque e chegava para a disputa com amplo favoritismo: a Hungria, campeã olímpica de 1952 e guiada por Ferenc Puskás. O time vinha invicto desde 1950 e até os adversários o declaravam como muito superior e virtual campeão.
Nos acasos do futebol destaca-se que no segundo jogo da Hungria na Copa, o time venceu a Alemanha Ocidental por inapeláveis 8-3. A mesma adversária a derrotaria na decisão por 3-1. Nos outro jogos os húngaros marcaram ao menos quatro gols.
Detalhe: no primeiro jogo entre eles, os alemães pouparam seis titulares, pois já contavam com a derrota.

Os grupos
Grupo 1: Brasil (3 pontos) – Iugoslávia (3) – França (2) – México (0)
Grupo 2: Hungria (4) – Alemanha Ocidental (4) – Turquia (2) – Coreia do Sul (0)
Grupo 3: Uruguai (4) – Áustria (4) – Tchecoslováquia (0) – Escócia (0)
Grupo 4: Suíça (4) – Inglaterra (3) – Itália (2) – Bélgica (1)
Regulamento: cada grupo contou com dois cabeças de chave (Brasil e França – Hungria e Turquia – Áustria e Uruguai – Inglaterra e Itália) e essas seleções não se enfrentavam, assim como os outros dois da chave que também não jogavam entre si.
A Alemanha estreou com goleada sobre a Turquia. Schafer (14′), Klodt (52′), Ottmar Walter (60′) e Morlock (84′) marcaram na vitória por 4-1. Contra a Hungria, os alemães pouparam seis titulares, pois achavam que vencer a Hungria seria uma zebra daquelas. A ideia era de que a disputa pela classificação seria numa briga direta com a Turquia.
Na derrota para os húngaros por 8-3, Pfaff (25′), Rahn (77′) e Hermann (81′) balançaram as redes. Como alemães e turcos ganharam um e perderam outro, ambos empataram na classificação. Assim, foi necessário um jogo de desempate para ver quem avançava junto com a Hungria. E a Alemanha não deu chance para o azar. Vitória por 7-2, com gols de Ottmar Walter (7′), Schafer (12′ 79′), Morlock (30′, 60′ e 77′) e Fritz Walter (62′).
Quartas de final
Alemanha 2-0 Iugoslávia
Áustria 7-5 Suíça
Hungria 4-2 Brasil
Uruguai 4-2 Inglaterra
A Iugoslávia foi adversária na fase e a Alemanha venceu por 2-0. Horvat (9′) marcou contra e Rahn (85′) fechou a conta.
Detalhe: Áustria de Suíça fizeram o jogo com o maior número de gols da história das Copas do Mundo.
Semifinais
Alemanha Ocidental 6-1 Áustria
Hungria 4-2 Uruguai (prorrogação)
Sem dificuldades, a Alemanha Ocidental carimbou sua vaga na decisão ao golear a Áustria com bolas na rede de Schafer (31′), Morlock (47′), Fritz Walter (54′ e 64′) e Ottmar Walter (61′ e 89′).
Detalhe: foi a primeira derrota do Uruguai em Copas do Mundo (até então eram 10 vitórias e um empate). A seleção ainda perderia o terceiro lugar para a Áustria.
Final

Alemanha Ocidental 3-2 Hungria
A sequência sem derrota da Hungria durava 31 partidas. O público na final era de 60 mil pessoas. O clima era de chuva e isso favoreceu um dos astros do time alemão, o capitão Fritz Walter. O jogador rendia melhor quando chovia, pois quando pequeno contraiu malária e isso afetava o seu rendimento no calor.
Além disso, a Alemanha contou com um ajuda extracampo: a Adidas, marca alemã, fornecia material esportivo para a seleção. Por conta do clima, chuteiras com cravos intercambiáveis, que se adequavam melhor ao gramado molhado, foram distribuídas.
Em menos de 10 minutos a Hungria já vencia por 2-0 (Puskás e Czibor). Assim como os dois gols sofridos logo no começo, a reação alemã também foi rápida. Com 20 minutos de jogo o placar estava 2-2 (Morlock, aos 10′, e Rahn, aos 18′).
No segundo tempo, os húngaros tiveram diversas chances para marcar, mas não aproveitaram. Faltando seis minutos para acabar a partida, aconteceu o lance histórico da decisão.
Aus dem Hintergrund müsste Rahn schießen
Herbert Zimmermann, popular narrador de rádio alemão
A frase acima significa: Rahn deveria chutar do meio da rua. Pareceu que o jogador alemão ouviu o chamado do narrador e praticou a ação. Bola na rede.
Com o placar favorável, a Alemanha ainda viu Puskás anotar um gol impedido. Final, 3-2.
A partida ficou conhecida como “Milagre de Berna” e teve um filme a respeito lançado em 2003. E assim como em 1938, a Hungria ficou com o vice de uma Copa do Mundo.
O Brasil
Da Copa do Mundo de 1950, apenas seis jogadores estiveram presentes na Suíça. O técnico Zezé Moreira foi substituído pelo seu irmão durante a preparação, mas logo retomou o posto. O motivo da dúvida de quem comandaria a seleção eram os resultados insatisfatórios.
OS 20 convocados foram:
Castilho (Fluminense), Djalma Santos (Portuguesa), Nilton Santos (Botafogo), Brandãozinho (Portuguesa), Pinheiro (Fluminense), Bauer (São Paulo), Julinho (Portuguesa), Didi (Fluminense), Baltazar (Corinthians), Pinga (Vasco), Francisco Rodrigues (Palmeiras), Paulinho (Vasco), Alfredo Ramos (São Paulo), Ely (Vasco), Mauro Ramos (São Paulo), Dequinha (Flamengo), Maurinho (São Paulo), Humberto Tozzi (Palmeiras), Índio (Flamengo), Rubens (Flamengo), Veludo (Fluminense), Cabeção (Corinthians).

O Brasil estreou com goleada de 5-0 sobre o México (Baltazar 23′, Didi 30′, Pinga 34′ e 43′ e Julinho 69′). No segundo jogo da fase de grupos, empate por 1-1 com a Iugoslávia (Didi 69′).
Detalhe: o empate por 1-1 com os europeus classificava ambas as seleções para a próxima fase, mas por conta do regulamento confuso os jogadores brasileiros achavam que só a vitória era suficiente e buscaram o gol a todo o tempo, enquanto que os iugoslavos tentavam avisar de que isso não havia necessidade. No final, os atletas do Brasil foram para o vestiário chorando imaginando que tinham se despedido da Copa.
Nas quartas de final outro desencontro. A temida Hungria era a adversária e Puskás era a maior preocupação da delegação brasileira. Muito foi dito sobre o jogador nas preleções, mas não sabiam que o craque adversário, machucado, não entraria em campo.
Mesmo sem ele, os húngaros venceram por 4-2 (Djalma Santos 18′ e Julinho 55′). A partida ficou conhecida como “Batalha de Berna” por conta da pancadaria que teve em campo – Nilton Santos e Humberto Tozzi foram expulsos pelo Brasil e Bozsik pela Hungria.
Você sabia?
- Especulou-se que os alemães jogaram dopados na final contra a Hungria. Ampolas vazias foram achadas no ralo do vestiário e após a conquista os jogadores foram para uma clínica de repouso. Na época ainda não havia controle antidoping.
- Pela primeira vez a delegação brasileira viajou de avião. Nas outras vezes as viagens foram feitas de navio.
- A primeira partida de Copa do Mundo televisionada foi Iugoslávia 1-0 França.
- Fritz Walter, craque e capitão da Alemanha, foi paraquedista do exército de Hitler após a Copa do Mundo.
- A partir da Copa do Mundo de 1954 se tornou obrigatória a numeração fixa dos jogadores.
- A Copa de 1954 teve 140 gols no total, sendo 52 apenas de Alemanha (27) e Hungria (25).
Estatísticas
Times: 16
Jogos: 26
Número de gols: 140
Média de gols: 5,4
Melhor ataque: Hungria (27 gols)
Melhor defesa: Iugoslávia (2 gols)
Pior ataque: Tchecoslováquia, Escócia e Coreia do Sul (0 gol)
Pior defesa: Coreia do Sul (16 gols)
Artilheiro: Sandor Kocsis (Hungria – 11 gols em 5 jogos)
Seleção da Copa do Mundo 1954 (segundo estudos da FIFA): Grosics (Hungria); Santamaria (Uruguai), Horvat (Iugoslávia), Djalma Santos (Brasil), Bozsik (Hungria), Ocwirk (Áustria), Czibor (Hungria), Fritz Walter (Alemanha), Rahn (Alemanha), Puskás (Hungria) e Kocsis (Hungria).

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