Betmais na Copa: 1978

Depois de iniciarmos a série “Betmais na Copa” com o título da França e da Inglaterra, em 1998 e 1966, respectivamente, agora é a vez de falarmos de mais um seleção que foi anfitriã e venceu: a Argentina, em 1978.

Copa de 1978 – a primeira vez da Argentina

Com pressão política – a Argentina vivia sob a ditadura de Jorge Videla -, a 11ª edição da Copa do Mundo era o evento que o general desejava para ganhar o apoio da população. E assim, mais um Mundial contou com polêmicas.

Argentina campeã da Copa do  Mundo de 1978
Argentina campeã da Copa do Mundo de 1978

A primeira fase contou com quatro grupos com quatro seleções cada, sendo que as duas melhores avançavam. Na sequência, na segunda fase, oito seleções foram dividas em duas chaves com a primeira colocada de cada uma garantindo-se na final.

Primeira fase

Grupo 1: Itália (6 pontos) – Argentina (4) – França (2) – Hungria (0)
Grupo 2: Polônia (5) – Alemanha Ocidental (4) – Tunísia (3) – México (0)
Grupo 3: Áustria (4) – Brasil (4) – Espanha (3) – Suécia (1)
Grupo 4: Peru (5) – Holanda (3) – Escócia (3) – Irã (1)

*Cada vitória valia 2 pontos

A estreia da Argentina foi com o pé direito. Diante da Hungria, vitória por 2-1 com gols de Luque (15′) e Bertoni (83′). Mesmo placar contra a França em seu segundo compromisso, agora com tentos de Passarella (45′) e Luque (73′). A derrota para a Itália por 1-0 deixou os argentinos em segundo lugar na chave.

Detalhe: as melhores seleções, Argentina, Alemanha Ocidental, Brasil e Holanda se classificaram em segundo lugar em seus grupos

Segunda fase

Grupo A: Holanda (5) – Itália (3) – Alemanha Ocidental (2) – Áustria (0)
Grupo B: Argentina (5) – Brasil (5) – Polônia (2) – Peru (0)

Com dois gols de Kempes (16′ e 71′), a Argentina abriu a fase com vitória sobre a Polônia. O esperado encontro com o Brasil aconteceu na segunda rodada da chave, mas o zero não saiu do placar.

Na última rodada, argentinos e brasileiros estavam empatados com três pontos. O Brasil entrou em campo antes, contra a Polônia, e venceu por 3-1. Assim, terminou com cinco pontos e saldo +5. Para ir à final, a Argentina, além de derrotar o Peru, precisaria tirar a diferença de saldo de gols, que era de quatro. E conseguiu.

E foi aí que começou a polêmica. A Argentina ganhou por 6-0 e o resultado até os dias de hoje é contestado. Uma versão de Fernando Rodríguez Mondragón, filho e sobrinho de dois comandantes do Cartel de Cali, revelou que houve uma combinação de resultado entre os jogadores argentinos e peruanos, que foi mediada pelo cartel.

Somado a isso, o goleiro peruano que esteve em campo era Ramón Quiroga, que nasceu na Argentina, em Rosário, e tinha naturalização. O próprio atleta já declarou que “alguém ganhou dinheiro com a vitória da Argentina por 6-0 sobre sua seleção”.

Detalhe: há suspeitas de que o próprio goleiro recebeu dinheiro

O que aumenta ainda mais a polêmica (se isso for possível), é que muitos jogadores do Peru que estavam em campo diante da Argentina não estavam atuando com frequência.

Nessa partida atuaram jogadores que não haviam estado em nenhum outro jogo. Jogou Gorriti, que deu de presente o quarto ou o quinto gol, jogou Manzo, jogou Rojitas.

Ramón Quiroga, goleiro do Peru em 1978

O resultado fez com que o Brasil disputasse o terceiro lugar com a Itália, e a seleção venceu de virada por 2-1.

Argentina 6-0 Peru (tire suas conclusões)

Final

Argentina 3-1 Holanda

Pela segunda vez seguida em uma final de Copa do Mundo, a Holanda – que acabou perdendo as duas para os países anfitriões -, comandada pelo histórico treinador Rinus Michels, não contou com o seu principal jogador à época: Johan Cruyff. Ele se recusou a disputar a competição pelo fato de protestar contra a ditadura de Jorge Videla.

Kempes, melhor jogador e artilheiro da edição, abriu o marcador para a Argentina aos 37′. Os holandeses só empataram quando faltavam oito minutos para o final do tempo normal, com Nanniga. E tiveram a chance de ficar com o título aos 90′, quando Rensenbrink, dentro da grande área, mandou a bola na trave direita de Fillol.

Com a igualdade no marcador, a decisão foi para a prorrogação. E com um futebol de raça, a Argentina marcou mais duas vezes para ficar com o troféu: a primeira (e novamente) com Kempes, aos 104′, e a segunda com Bertoni, aos 115′.

Melhores momentos de Argentina 3-1 Holanda, pela final da Copa do Mundo de 1978

O Brasil

Os 22 convocados pelo técnico Cláudio Coutinho:

Leão (Palmeiras), Toninho (Flamengo), Oscar (Ponte Preta), Amaral (Corinthians), Toninho Cerezo (Atlético-MG), Edinho (Fluminense), Zé Sérgio (São Paulo), Zico (Flamengo), Reinaldo (Atlético-MG), Rivelino (Fluminense), Dirceu (Vasco), Carlos (Ponte Preta), Nelinho (Cruzeiro), Abel (Vasco), Polozzi (Ponte Preta), Rodrigues Neto (Botafogo), Batista (Internacional), Gil (Botafogo), Jorge Mendonça (Palmeiras), Roberto Dinamite (Vasco), Chicão (São Paulo), Waldir Peres (São Paulo).

A seleção brasileira foi bem no sistema defensivo. Sofreu apenas três gols em sete jogos, a melhor entre as 16 seleções. O ataque, com 10 tentos no total, poderia ter sido melhor, mas muitas vezes o técnico Cláudio Coutinho optou por jogos mais truncados, como o contra a Argentina, que terminou sem bolas na rede e foi o primeiro passo para a eliminação da Canarinho – se tivesse vencido o Brasil teria ido para a final.

Detalhe: Cláudio Coutinho, que foi preparador físico da seleção de 1970, optou por levar Chicão, volante de pegada, para a Copa e deixou Falcão de fora dos convocados.

Argentina 0-0 Brasil, Copa do Mundo de 1978
Argentina 0-0 Brasil, Copa do Mundo de 1978

Na primeira fase, os dois empates nos dois primeiros jogos colocou pressão sobre o treinador. Tanto que Heleno Nunes, presidente da CBD, exigiu duas mudanças no time titular para a partida diante da Áustria: as entradas de Jorge Mendonça e Roberto Dinamite, nas vagas de Zico e Reinaldo, respectivamente. O Brasil venceu com o gol solitário do atacante do Vasco.

Sem derrotas (quatro vitórias e três empates), a seleção se despediu da Copa do Mundo. Cláudio Coutinho decretou que o Brasil foi o “campeão moral” da edição, o que não colou entre os torcedores brasileiros. Por sinal, foi a única vez que a seleção terminou um Mundial invicta e não ficou com o troféu.

Jogos do Brasil

Primeira fase
Brasil 1-1 Suécia – Reinaldo (45′)
Brasil 0-0 Espanha
Brasil 1-0 Áustria – Roberto Dinamite (40′)

Segunda fase
Brasil 3-0 Peru – Dirceu (15′ e 28′) e Zico (73′)
Argentina 0-0 Brasil
Brasil 3-1 Polônia – Nelinho (12′) e Roberto Dinamite (57′ e 63′)

Disputa do terceiro lugar
Itália 1-2 Brasil – Nelinho (64′) e Dirceu (72′)

Você sabia?

  • O rumo do Brasil na Copa poderia ter sido outro. Na primeira fase, no empate por 1-1 contra a Suécia, Zico completou cobrança de escanteio e marcou o segundo gol brasileiro. Mas o tento foi invalidado, pois o árbitro galês John Thomas deu fim à partida com a bola no ar.
  • O holandês Rob Rensenbrink fez o milésimo gol das Copas do Mundo na partida em que a Holanda perdeu para a Escócia por 3-2, na primeira fase.
  • A Argentina teve sua numeração feita por ordem alfabética. Como curioso, o goleiro Fillol era o número 5 da seleção.
  • Na primeira fase, o atacante argentino Kempes não marcou nenhum gol. O técnico da seleção, César Luis Menotti, supersticioso, pediu para o jogador raspar o bigode. A partir daí foram seis gols, artilharia da competição e melhor jogador da Copa do Mundo.
  • Aliás, Menotti deixou de fora da convocação Diego Maradona, que tinha 17 anos na época. O treinador afirmou que ele era muito jovem e inexperiente.
  • França e Hungria se enfrentaram pela primeira fase. Ambas as seleções entraram com uniformes brancos, fato que ocasionou em um sorteio para ver qual delas teria de trocas suas vestimentas. Os franceses perderam e tiveram que mudar. Como eles não tinham um conjunto reserva tiveram que optar por usar o uniforme do Kimberley, time amador de Mar del Plata, que era verde e branco.
França atuando de verde e branco contra a Hungria pela Copa do Mundo de 1978
França atuando de verde e branco contra a Hungria pela Copa do Mundo de 1978

Estatísticas

Times: 16
Jogos: 38
Número de gols: 102
Média de gols: 2,7
Melhor ataque: Argentina e Holanda (15 gols)
Melhor defesa: Tunísia e Espanha (2 gols)
Pior ataque: Suécia (1 gol)
Pior defesa: Peru e México (12 gols)
Cartões amarelos: 58
Cartões vermelhos: 3
Artilheiro: Mario Kempes (Argentina – 6 gols em 7 jogos)

Seleção da Copa do Mundo 1978 (pela Fifa e jornalistas): Fillol (Argentina); Krol (Holanda), Vogts (Alemanha), Dirceu (Brasil), Tarantini (Argentina), Passarella (Argentina), Neeskens (Holanda), Rensenbrink (Holanda), Paolo Rossi (Itália), Cubillas (Peru) e Kempes (Argentina).

Mario Kempes fez dois gols na final contra a Holanda e terminou como o artilheiro da Copa de 1978
Mario Kempes fez dois gols na final contra a Holanda e terminou como o artilheiro da Copa de 1978




Direto ao ponto

As chances do Palmeiras ganhar o Brasileirão 2022
As chances do Palmeiras ganhar o Brasileirão 2022
As chances do São Paulo ser campeão do Brasileirão 2022
As chances do São Paulo ser campeão do Brasileirão 2022
Os 9 maiores campeões do Brasileirão
Os 9 maiores campeões do Brasileirão
Conheça a história do CT do Flamengo
Conheça a história do CT do Flamengo

Ganhe o dobro com Betmais

Sabia que você pode ganhar dinheiro de 2 formas com o Betmais? Além de ganhar dinheiro com apostas online você também pode ganhar dinheiro indicando o Betmais em nosso programa exclusivo de afiliados.


Artigos Similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.