Betmais na Copa: 1958

Agora é a primeira vez do Brasil. Em 1958 a seleção pintava pela primeira vez o mundo de azul, amarelo e verde. A nossa série “Betmais na Copa” vai para a sua quinta edição da Copa do Mundo. Acompanhe-nos nessa trajetória.

A Copa do Mundo de 1958 foi realizada na Suécia, duas edições seguintes ao “Maracanazzo”, traumático para todos os brasileiros e conseguinte ao vexame de 1954. Fato é que esses acontecimentos fizeram surgir a expressão “complexo de vira-lata”, criada pelo jornalista Nelson Rodrigues.

O Brasil chegava ao Mundial como favorita, mas por conta desses traumas os brasileiros ficaram com um pé atrás. Em campo os jogadores mostraram que acreditar era possível.

Pôster da Copa do Mundo de 1958
Pôster da Copa do Mundo de 1958

Copa de 1958 – O nosso primeiro Mundial

Brasil campeão da Copa do Mundo de 1958
Brasil campeão da Copa do Mundo de 1958

Por conta do sorteio, que não separou os cabeças de chave das outras seleções, formaram-se grupos fortes e seleções que despontavam como favoritas ficaram pelo caminho ainda na primeira fase – exemplos de Argentina e Inglaterra.

Participaram da Copa do Mundo 16 países europeus e quatro americanos, com três estreantes: Irlanda do Norte, considerada uma das favoritas, País de Gales e União Soviética, esta última campeã das Olimpíadas de 1956.

Vencedora da Copa do Mundo anterior, a Alemanha Ocidental manteve praticamente o mesmo elenco. A forte Hungria de 1954 enfraqueceu por ter ficado sem diversos jogadores por conta da Revolução Húngara de 1956 – Ferenk Puskas, Sándor Kocsis e Zoltán Czibor fugiram do país e se refugiaram na Espanha.

A Inglaterra perdeu atletas no desastre aéreo de Munique – Duncan Edwards, Tommy Taylor e Roger Bryne, nomes de destaque do Manchester United, foram algumas das vítimas. O bicampeão Uruguai foi eliminado pelo Paraguai na eliminatória que valia vaga para a Copa.

Espanha, Holanda e Itália foram outras seleções fortes que foram eliminadas no classificatório para o Mundial.

Primeira fase

Foram formados quatro grupos com quatro seleções, sendo que as duas melhores de cada chave avançavam para as quartas de final.

Grupo 1: Irlanda do Norte (5 pontos) – Alemanha Ocidental (4) – Tchecoslováquia (3) – Argentina (2)
Grupo 2: França (4) – Iugoslávia (4) – Paraguai (3) – Escócia (1)
Grupo 3: Suécia (5) – País de Gales (5) – Hungria (3) – México (1)
Grupo 4: Brasil (5) – União Soviética (5) – Inglaterra (3) – Áustria (1)

*Cada vitória valia 2 pontos

Os 22 convocados pelo técnico Vicente Feola foram: Castilho (Fluminense), Bellini (Vasco), Gilmar (Santos), Djalma Santos (Portuguesa), Dino Sani (São Paulo), Didi (Botafogo), Zagallo (Botafogo), Moacir (Flamengo), Zózimo (Bangu), Pelé (Santos), Garrincha (Botafogo), Nilton Santos (Botafogo), Mauro (São Paulo), De Sordi (São Paulo), Orlando (Vasco), Oreco (Corinthians), Joel (Flamengo), Mazzola (Palmeiras), Zito (Santos), Vavá (Vasco), Dida (Flamengo) e Pepe (Santos).

O Brasil começou sua trajetória diante da Áustria e com uma vitória tranquila por 3-0 com dois gols de Mazzola (38′ e 89′) e um de Nilton Santos (49′).

Contra a Inglaterra, empate por 0-0. Foi o primeiro placar em branco da história das Copas do Mundo – o resultado inédito causou confusão nos jogadores, pois eles achavam que poderia ter prorrogação para o zero sair do marcador.

O resultado fez com que o técnico Vicente Feola praticasse alterações no time titular para a partida diante da União Soviético. Assim, colocou Pelé e Garrincha para atuarem juntos e a dupla a partir daí começaria a sua história pela seleção.

A mudança fez com que o Brasil vencesse o último jogo da chave por 2-0, com tentos marcados por Vavá (3′ e 77′).

Quartas de final

Brasil 1-0 País de Gales
França 4-0 Irlanda do Norte
Suécia 2-0 União Soviética
Alemanha Ocidental 1-0 Iugoslávia

O centroavante Vavá desfalcou a seleção na fase por conta de um corte na canela. O jogo contra os galeses foi truncado, mas Pelé foi o diferencial e fez o gol, aos 66′, que garantiu o Brasil entre os quatro melhores.

Vale destacar que o País de Gales empatou os seus três jogos no Grupo 3 e se classificou depois de derrotar a Hungria em uma partida de desempate.

O marcante gol de Pelé contra o País de Gales em 1958

Semifinais

Brasil 5-2 França
Suécia 3-1 Alemanha Ocidental

 A França era o time que respeitávamos. Não joguei os dois primeiros jogos, o Brasil não foi bem, mas tinha certeza de que, se o Brasil ganhasse da França, seria campeão. Não perderíamos para outra equipe. E o melhor jogo nosso foi com a França. Contra a Suécia, time da casa, não tinha medo. Muita gente acha o jogo com o País de Gales o mais difícil, mas foi difícil porque só se defendiam. Não tivemos perigo. A França era a única que podia nos derrotar.

Pelé

O encontro esperado entre Brasil e França aconteceu nas semifinais. Melhor defesa (brasileiros) versus melhor ataque (franceses) da Copa do Mundo.

O mundo considerava o Brasil favorito ao título, mas a França não embarcava nessa ideia. Para eles, o fator psicológico ia pesar em momentos decisivos, tendo em vista o que aconteceu em 1950.

Logo aos 2′, Vavá abriu o marcador. Just Fontaine, artilheiro da edição com 13 gols, empatou aos 9′. O atacante francês, inclusive, é ainda o maior goleador de uma só Copa do Mundo.

Didi fez 2-1 aos 39′, e aí Pelé entrou em ação com um hat-trick (52′ 64′ e 75′). A França, atordoada, ainda conseguiu descontar aos 83′ com Piantoni.

Melhores momentos Brasil 5-2 França Copa do Mundo de 1958

Final

Brasil 5-2 Suécia

Escalações

Brasil: Gilmar; Djalma Santos, Orlando, Bellini e Nilton Santos; Didi, Zito, Garrincha e Zagallo; Pelé e Vavá.

Suécia: Svensson; Bergmark, Parling, Gustavsson e Axbom; Borjesson, Gren, Liedholm, Hamrin e Skoglund; Simonsson.

A seleção brasileira era tão boa que eu temia torcer por ela.

George Raynor, técnico da Suécia

Essa foi a frase do técnico da Suécia, George Raynor, após o apito final da decisão. Os suecos fizeram uma campanha surpreendente e chegaram à disputa do título em sua casa.

Entretanto, vale destacar que nas semifinais a seleção contou com um erro da arbitragem diante da Alemanha Ocidental. O juiz argentino Juan Brozzi ignorou um toque de mão de Liedholm no gol de empate sueco, além de só ter expulsado o alemão Juskowiack em confusão com o sueco Hamrin.

Mas contra o Brasil, mesmo saindo na frente logo no começo do jogo, aos 4′, não tiveram chances. Vavá fez os dois primeiros (9′ e 32′), Pelé também anotou dois tentos (55′ e 90′) e Zagallo fez aos 68′.

Era o troféu que a nação brasileira precisava para esquecer a Copa do Mundo de 1950.

Melhores momentos de Brasil 5-2 Suécia na final da Copa do Mundo de 1958

Você sabia?

  • Foi por acaso! A delegação do Brasil esqueceu de enviar a numeração dos seus jogadores para a disputa da Copa do Mundo. Assim, a FIFA ficou responsável por distribuir os números aos atletas e por obra do destino a camisa 10 ficou com o até então reserva Pelé.
  • Just Fontaine anotou 13 gols na Copa de 1958, mais do que todas as seleções, exceto o Brasil, que fez 16. Ele se aposentou precocemente dos gramados, aos 30 anos, por conta de uma lesão na tíbia e no perônio.
  • Pelé é até hoje o mais jovem a marcar gol em Copas do Mundo (17 anos e 239 dias) e também a ser campeão (17 anos e 249 dias).
Um dos gols de Pelé contra a Suécia foi antológico chapéu em Bergmark e bola na rede
Um dos gols de Pelé contra a Suécia foi antológico: chapéu em Bergmark e bola na rede
  • O Brasil se tornou a primeira seleção a vencer a Copa do Mundo longe de seu continente.
  • Os fotógrafos queriam fotografar Bellini, capitão do Brasil, com a taça de campeão. Como não estava conseguindo visualizá-la, o jogador a ergueu tornando o símbolo uma marca inédita e histórica no futebol.
Bellini com a taça Jules Rimet
Bellini com a taça Jules Rimet

Estatísticas

Times: 16
Jogos: 35
Número de gols: 126
Média de gols: 3,6
Melhor ataque: França (23 gols)
Melhor defesa: Brasil e País de Gales (4 gols)
Pior ataque: México (1 gol)
Pior defesa: França (15 gols)
Artilheiro: Just Fontaine (França – 13 gols em 6 jogos)

Seleção da Copa do Mundo 1958 (pelo grupo de estudos da FIFA): Harry Gregg (Irlanda do Norte); Djalma Santos (Brasil), Bellini (Brasil), Blanchflower (Irlanda do Norte), Didi (Brasil), Nilton Santos (Brasil), Green (Suécia), Kopa (França), Pelé (Brasil), Garrincha (Brasil) e Just Fontaine (França).

Just Fontaine, artilheiro da Copa do Mundo de 1958
Just Fontaine, artilheiro da Copa do Mundo de 1958

Direto ao ponto

As chances do Palmeiras ganhar o Brasileirão 2022
As chances do Palmeiras ganhar o Brasileirão 2022
As chances do São Paulo ser campeão do Brasileirão 2022
As chances do São Paulo ser campeão do Brasileirão 2022
Os 9 maiores campeões do Brasileirão
Os 9 maiores campeões do Brasileirão
Conheça a história do CT do Flamengo
Conheça a história do CT do Flamengo

Ganhe o dobro com Betmais

Sabia que você pode ganhar dinheiro de 2 formas com o Betmais? Além de ganhar dinheiro com apostas online você também pode ganhar dinheiro indicando o Betmais em nosso programa exclusivo de afiliados.


Artigos Similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.