Betmais Noticia Fórmula 1 Brasil – Samba no pé, suor e saudade
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Fórmula 1 Brasil – Samba no pé, suor e saudade

Antes de tudo devo dizer que a temporada da F1 desse ano começou pegando fogo: Em três etapas tivemos três vencedores de três equipes diferentes!

A Ferrari ressurgiu das cinzas e Lewis Hamilton ainda não se achou na sua flecha de prata.

As 3 principais equipes (Mercedes-AMG, Ferrari e Red Bull) parecem estar bem próximas na briga pelos primeiros lugares do campeonato. Fato esse que não vimos nos últimos 3 anos.

A temporada de 2018 vai ser eternamente lembrada pelo início do uso do HALO. Aquele aparato de segurança que mais deixa os carros parecidos com um chinelo do que um carro de Fórmula 1.

Além disso, esse ano também será lembrado por outro fato bem interessante para nós brasileiros. Em 2018, não teremos nenhum piloto tupiniquim correndo na principal categoria do automobilismo mundial.

Foram 48 anos ininterruptos de brasileiros na Fórmula 1! 8 títulos mundiais, 127 pole positions e 101 vitórias se somarmos os dados de todos os 31 brasileiros que passaram por lá durante esse período.

De Chico Landi a Felipe Massa foram muitas emoções. Teve tema da vitória, briga de socos, mola na cabeça, recorde de largadas e um acidente fatal.

Chico Landi - Maserati - 1952 - Fonte: www.statsf1.com
Chico Landi – Maserati – 1952 – Fonte: www.statsf1.com

Emerson Fittipaldi foi campeão duas vezes, e ficou como “pai” de uma vasta geração de pilotos. Foi também o primeiro brasileiro a se tornar campeão da Fórmula 1. Isso numa época de ouro! Onde corriam Lauda, Hunt, Hill, Cevert, Stewart, entre outras feras.

Emerson Fittipaldi – Lotus 72d 1972 – Lotus Ford – Fonte: www.autosport.com

Quando Nelson Piquet começou na F1 em 1978, os tempos já eram outros e se dava o início de uma época menos charmosa e mais “raiz” da categoria. Carros turbo, pesados, com muitos cavalos de potência e cada vez mais perigosos. Eram bombas sobre rodas!

Certa vez conversando com Emerson Fittipaldi, ele me disse que após o acidente de Lauda em Nürburgring, a Fórmula 1 e os pilotos começaram a buscar um pouco mais de segurança para os carros.

Numa reunião com a fornecedora de pneus Goodyear, foi comentado sobre segurança. Membros da empresa disseram que haviam feito uma membrana de borracha para os helicópteros da Guerra do Vietnã, e que eles podiam testar isso nos carros de Fórmula 1, tentando assim evitar novas explosões, como a de Lauda. E isso foi feito com sucesso!

Nelson Piquet não se explodiu e foi 3 vezes campeão de F1. Piloto falastrão e muito competente. Praticamente um engenheiro! Sempre cheio de ideias mirabolantes, foi ele que inventou as bolsas térmicas dos pneus que vemos até hoje, aquecendo os pneus antes de colocá-los nos carros.

Nelson Piquet – Wiliams – 1987 – Gp da Áustria – Fonte: Reprodução

No meio da “era” Piquet, em 1984 mais precisamente, surge um piloto de São Paulo: Ayrton Senna da Silva. Piloto “apadrinhado” por Emerson que havia testado para a Williams e Brabham, mas começava sua carreira na F1 pela tímida Toleman.

Já em 1984 vimos que o jovem piloto poderia ter um futuro promissor na categoria. No GP de Mônaco de 1984 caiu um dilúvio sobre o Principado. Ayrton Senna de 24 anos e sua pesada e lenta Toleman deram um show!

Ayrton Senna – MONACO – 1987 – LOTUS HONDWHA Fonte: www.ayrtonsenna.com.br

Aquela corrida não aconteceria nos dias de hoje. Era muita água, não se via nada. Muito perigoso para os pilotos que corriam a 300 Km/h em ruas e avenidas da cidade.

Tão perigoso que Senna só não ganhou a corrida por que ela foi encerrada sobre bandeira vermelha, exatamente no momento em que ele passava por Alain Prost que era o líder da prova.

Daí em diante foram anos de trabalho e sucesso! Desde a 1ª vitória no GP de Portugal em 1985 (também de baixo de tempestade), já de Lotus John Player, preta e dourada, até os tempos áureos de Mclaren, nós brasileiros éramos fanáticos por Senna.

Ayrton Senna – BRASIL 1992 – McLaren Honda – Fonte: www.ayrtonsenna.com.br

Às manhãs de domingo eram reservadas em nossas agendas e o tema da vitória invadia a sala das famílias de frente com um carro branco e vermelho que passava pela televisão.

Ayrton Senna fazia questão de carregar a bandeira do Brasil após suas vitórias. A festa do pódio era linda com o hino nacional cantado pelo emocionado paulista de macacão vermelho e boné azul.

Ayrton Senna DOMINGTON 1993 – McLaren Ford – Fonte: www.ayrtonsenna.com.br

A festa acabou, apagaram a luz do salão.

No dia 1º de maio de 1994, Ayrton Senna liderava o então trágico GP de Ímola na Itália, quando na curva Tamburello a Williams do piloto foi reto e bateu a 200km/h no muro de concreto. O mundo assistia o fim trágico de um herói! Ali se foi o sonho, a felicidade e a alegria de um povo marcado pela tristeza e pobreza.

O cortejo fúnebre de Senna é o maior da Era Moderna. O Brasil parou para se despedir dele e até hoje o Dia do Trabalho é lembrado por todos com muito carinho pelo fim da era Senna.

Rubens Barrichello ainda jovem assumia o bastão de principal piloto brasileiro na fórmula 1.

Rubinho é até hoje, o piloto com maior número de largadas da história da competição, com 326 corridas no currículo.

Foi vice-campeão de Schumacher e dava sua “sambadinha”, quando subia no pódio.

Aliás, a 1ª vez que Rubens Barrichello ganhou uma corrida, foi muito legal!

Rubens Barrichello – 2000 – Gp Alemanha – Ferrari – Fonte: reprodução

 

Nós não ouvíamos o tema da vitória a sete anos. Desde a última vitória de Senna. E foi então que no GP da Alemanha de 2000, debaixo de chuva, que Rubinho nos presenteou com o primeiro lugar.

De lá em diante foram mais 10 vitórias, 15 pole positions e quase um título pela Brawn.

Rubens Barrichello – 2009 -Brawn Mercedes GP Brasil / GP Europa – Fonte: www.barrichello.com.br

Quando parou de correr, Felipe Massa já era o brasileiro mais rápido do pedaço.

Também paulista de Botucatu, Felipe Massa coleciona um dos vice-campeonatos mais loucos da história da Fórmula 1. Ele foi campeão por 20 segundos apenas, até que Hamilton ultrapassou Timo Glock, já sem pneus na subida da junção em Interlagos e levou o caneco de 2008.

Felipe Massa – 2008 – Ferrari – Gp Brasil – Fonte: www.podcastf1brasil.com.br

Em 2009, no GP da Hungria, Felipe Massa vinha na classificação normalmente, quando seu carro vai reto nos pneus, de forma estranha o carro bate acelerando.

Imediatamente o resgate chega e se percebe que “a coisa” foi séria. Buscando nos replays dos vídeos que antecederam a pancada se percebe que algo bateu na cabeça de Massa, estourando seu capacete e fazendo com que o piloto desmaiasse ao volante da Ferrari. Por ironia do destino a tal peça que bateu na cabeça de Massa, saiu do carro de Barrichello.

Mesmo depois de recuperado, Felipe Massa não parece que voltou 100%. Nunca mais foi aquele piloto que estávamos acostumados a ver. Aquele piloto arrojado que brigava por posições com unhas e dentes.

Tivemos além de Massa outros pilotos que recentemente correram na categoria. Piquet Junior, Bruno Senna e Lucas Di Grassi são os mais lembrados pelos brasileiros. Felipe Nasr não chegou tão bem na categoria a não teve seu contrato renovado com a Sauber.

Ao fim da Temporada de 2016, Felipe Massa já havia anunciado sua aposentadoria, que duraria apenas 2 meses.

A equipe Williams havia o convidado para correr mais um ano na competição e Felipe Massa se “desaposentou”.

Ao final de 2017, sem conseguir achar uma equipe para correr, Massa anunciou sua aposentadoria de vez.

Felipe Massa – 2017 Wiliams Martini Mercedes – GP Brasil – Fonte: www.rodrigomattar.grandepremio.com.br

Agora em 2018 não temos nenhum brasileiro pilotando na Fórmula 1 desde Chico Landi em 1951, e sabe-se lá quando veremos de novo.

Temos um promissor brasileiro que vem por aí. Um mineiro de 23 anos, chamado Sérgio Sette Câmara Filho que corre na Fórmula 2 deve ser o próximo rostinho bonito a figurar na principal categoria do automobilismo.

Piloto arrojado, rápido e constante foi piloto do programa da Red Bull para jovens pilotos. O ano começou bem para ele na Fórmula 2, inclusive com vitória.

SETTE CAMARA – 2018 – PAUL RICARD – TESTE – Fonte: www.f1mania.lnce.com.br

Em breve talvez teremos um Piloto brasileiro na Fórmula 1. Sette Câmara tem um futuro promissor pela frente. Será preciso contar com muito talento, sorte e investimento para que isso aconteça.

Não vejo a hora de ouvir o tema da vitória de novo!

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