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Lendas do futebol, Iniesta e Buffon se despedem de suas respectivas equipes imortalizados na história

Este fim de semana será muito triste para torcedores de Barcelona e Juventus: Andrés Iniesta e Gianluigi Buffon entram em campo pela última vez com suas respectivas equipes. Lendas incontestáveis e imortalizados nos corações dos torcedores de seus clubes, o espanhol e o italiano deixarão saudades para seus fãs.

Andrés Iniesta chegou ao Barcelona em 1996, quando tinha apenas 12 anos. Estreou no profissional na temporada 2002/2003, sob o comando de Louis van Gaal. Subiu definitivamente para a equipe principal apenas em 2004, com Frank Rijkaard, sendo bastante participativo no título espanhol da equipe. Com o treinador ainda conquistou a Champions League, inclusive participando da final.

Sua vida porém mudou de patamar com a entrada de Pep Guardiola no comando dos catalães. O treinador abusou das características do meia e montou um meio campo histórico de muita posse de bola e movimentação, ao lado de Xavi, outro gigante da história do clube. Juntos de Messi, a dupla foi primordial para os anos posteriores do Barcelona, que literalmente demoliu seus adversários durante longos anos de muitas conquistas.

E assim a idolatria de Iniesta começou a se imortalizar. Além dos diversos títulos, o futebol elegante e clássico do meia mostrou ao mundo a essência do futebol catalão, tornando-o uma referência de jogador criado na base do clube. Seu estilo de jogo, ao lado de Xavi, ditou ao mundo o que era o futebol bem jogado.

Mesmo com a saída de Xavi, Iniesta continuou ganhando títulos pelo Barcelona. A filosofia culé se manteve presente em seus pés durante todos estes anos no Camp Nou, mesmo com as frequentes trocas de técnicos, com conceitos diferentes. Ao todo, o atleta alcançou em sua passagem pelo clube três Mundial de Clube FIFA, quatro troféus de Champions League, nove da La Liga e seis Copa do Rei – além de outros torneios de menor expressão. Sem contar as dezenas de conquistas individuais – para muitos, um injustiçado por não ter uma Bola de Ouro.

Pela Espanha, Iniesta foi igualmente vitorioso. Conhecida por ser “amarelona”, a Furia emplacou três grandes títulos em sua geração, o que mudou a seleção de patamar no mundo do futebol. Foram duas Eurocopas (2008 e 2012) e uma Copa do Mundo (2010). Em todas as competições, Iniesta foi determinante, principalmente na Copa com o gol do título na prorrogação, virando herói nacional.

Símbolo máximo da Espanha, o jogador é aplaudido em todos os cantos do país. É respeitado por quase todas as torcidas espanholas, um feito e tanto para um jogador de um clube com grande rejeição no país igual o Barcelona. Mas isso é claro que não se deve apenas pelo seu sucesso dentro de campo. Fora de campo, seu jeito discreto e ponderado, além do seu grande lado humano – como mostrado na comemoração do gol da final Copa do Mundo para o amigo Dani Jarque, morto meses antes do torneio – faz com o atleta seja visto com muito respeito por todos.

buffon

A história de Buffon não é muito diferente do espanhol. Além da extensa galeria de títulos, o goleiro também é um dos atletas mais respeitados pelos rivais por suas atitudes honrosas dentro e fora de campo – a mais recente, foi liderar a ida de jogadores da Juventus ao funeral de David Astori, zagueiro da Fiorentina, inimiga histórica do clube, que morreu por causa de uma parada cardiorrespiratória.

Gigi chegou ao Parma com apenas 13 anos, em 1991. Não demorou muito para ele subir à equipe principal, quatro anos depois. Com 17 anos, o goleiro estreou e com 18, já era titular absoluto do time, onde ficou até 2001, comprado pela Juventus pelo valor recorde já pago por um atleta da posição até os dias de hoje: cerca de $50 milhões.

Na Velha Senhora, Buffon chegou dono da posição e continuou absoluto até os dias atuais. Em 17 anos, vestiu a camisa com muita garra e não deixou o clube na mão até em seu momento mais baixo: no rebaixado para a Serie B em 2006. Dando a volta por cima, viu a Juve se tornar hegemônica na Itália. Acumulou troféus individuais e, ao todo, conquistou nove títulos do Calcio e quatro da Copa da Itália. Bateu na trave três vezes na Champions League, torneio que sempre perseguiu, mas que não mancha a história de seu currículo.

O buraco de sua galeria é preenchido pela Copa do Mundo conquistada pela Itália em 2006, um de seus maiores orgulho na carreira. Um dos líderes daquela seleção, Buffon sofreu apenas dois gols ao longo da competição, ficando cinco jogos sem ser vazado, levando o Prêmio Lev Yashin do campeonato.

Participou de outras quatro Copas do Mundo e poderia bater o recorde de jogador que mais disputou edições do torneio, não fosse a não-classificação da Itália à competição da Rússia neste ano. Regularidade acima da média, com mais de 20 anos em alto nível, que o levaram ao monstruoso número 176 de partidas disputadas pela seleção.

Agora, Iniesta e Buffon começam uma nova etapa em suas vidas. Ambos já deixaram claro que não devem se aposentar dos gramados. Pela questão física e pelo amor ao Barcelona, Iniesta já afirmou não jogar em nenhum time europeu. As sondagens dos últimos dias o colocam à caminho da Ásia.

Já Buffon garantiu ter propostas de grandes clubes – até mesmo da Juve. Porém, foi enfático em afirmar que seu ciclo na Velha Senhora acabou e que busca um novo desafio. O destino não deve ser a Itália, pois, assim como Andrés, enfrentar seu clube de coração seria um golpe duro. Golpe duro que a gente, amante do futebol, sentirá neste sábado com suas despedidas.

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